Este episódio foi-me enviado pelo ex-Alferes Angelo Santos, Comandante do 1º Grupo de Combate da 7ª CCMDS.
Relata as peripécias do Soldado Martins.
O Soldado Martins
A bicha de pirilau avançava umas centenas de metros depois de termos jantado. O primeiro homem já sabia como era. Procurar uma árvore frondosa, com alguma vegetação em volta, para nos abrigarmos do cacimbo.
Alguém que a meta na mochila, tipo antena, mas sem bala na câmara! - Calhou a sorte ao Soldado Matias, amigo do Martins, que também sofrera com o desengano deste, tão bem que conhecia a namorada do amigo, rapariga bonita e de muito juízo, a quem deviam ter dado alguma mistela que a virou do avesso, a ela ou às roupas, ainda não se sabia ao certo.
Caminhamos toda a manhã e eu sem participar ao Comandante da Companhia a tragédia do grupo. Remoí todas as maneiras de lho dizer... Era disparatado, via rádio, dizer que o Soldado Martins se atirara aos leões. Desaparecido! Mas... e se o Comandante nos mandasse procurá-lo? A gritar por ele pela mata fora, não era brincadeira, morteirada na certa e a zona era conhecida. Não me apetecia nada levar com uns balázios por conta de quem dera corda às botas, sem avisar ninguém. Decidi deixar a notícia para mais tarde. Quando parámos à hora do almoço, chamei o Matias e tentei perceber melhor o que se passava
Meu alferes, ele anda de cabeça caída, aquilo da miúda dele, de o deixar assim, sem mais nem menos foi muito mau. Um homem não chora, mas ele não andava bem. Escondia-se. - Nunca o levei a sério. Julguei que brincasse.-
Meu alferes, ele brincava com tudo, mas aquilo é dentro dele, nunca se quis mostrar magoado. Ele desapareceu para sempre. - Engoli em seco. Não era um assunto de todos os dias. Preferi esperar, não pensar, aquilo mexia com todos nós.
- Obrigado, Matias.
Regressamos à caminhada e não era percorrido metade do que nos tínhamos proposto, quando alguém gritou no meio da mata:
Meu Alferes! - Caímos todos de bruços, armas apontadas para ripostar. Esperamos por novo chamamento.
Sou eu, o Martins... a paz voltou-se-me à alma. Mas nunca fiando. Era ele... mas seria que trazia os leões com ele? Ou tinha sido apanhado pelo inimigo e era uma emboscada daquelas de que não há memória?
Voltaste? – perguntei
Sim.
Então os leões fugiram de ti?
Não. Não vi leões .
Quantos turras tens contigo?
A falar daquela maneira no meio do mato, o som propagava-se a quilómetros. Não me agradava.
(À procura do Soldado Martins....)
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